Calcários

 

    Os calcários são rochas sedimentares quimiogénicas, biogénicas ou quimiobiogénicas constituídas fundamentalmente por um mineral a que se dá o nome de calcite. Podem formar-se em ambientes aquáticos, através da deposição do carbonato de cálcio precipitado, ou em grutas.

    As rochas sedimentares quimiogénicas resultam da precipitação de substâncias químicas dissolvidas numa solução aquosa (lago, mar, oceano). No caso dos calcários quimiogénicos, como já referimos anteriormente, resultam da precipitação de carbonato de cálcio (CaCO3), com a formação do mineral calcite. A calcite pode formar-se a partir de sedimentos químicos, nomeadamente iões cálcio (Ca2+) e bicarbonato (HCO3-), através da expressão:

 

Ca2+ + 2HCO3- →  CaCO3  + H2O + CO2

 

    A diminuição do teor de CO2 nas águas (em consequência do aumento da temperatura da água, da diminuição da pressão atmosférica ou da agitação das águas), determina que o equilíbrio químico se desloque no sentido de formar CO2 e, consequentemente da precipitação da calcite. (À formação da calcite, de acordo com a expressão anterior, associa-se a formação de água e de dióxido de carbono). A deposição e posterior diagénese dos minerais de calcite originam calcário.

    A origem do carbonato de cálcio pode variar, desde fósseis de carapaças e esqueletos calcários de organismos vivos, que compõem os calcários fossilíferos, até ao formado por precipitação química.

    Há diversos tipos de rochas calcárias e estas podem apresentar diferentes tonalidades como: preto, branco e cinzento claro e escuro. As impurezas presentes na constituição dos calcários podem ainda fazer com que estes apresentem outras cores dependendo da sua quantidade.

    Neste caso específico, os estratos que se encontram junto da estação de serviço de Loures são constituídos maioritariamente por margas de cor acastanhada, que são um tipo de calcário que contém entre 35% a 60%.

    O Calcário que se encontrava nos estratos que observámos em Loures formou-se em ambiente marinho no Período Cretácico.

    Em tempos, os estratos que observámos, encontravam-se submersos, mas devido a alterações climáticas e aos movimentos das placas tectónicas característicos do Jurássico Superior, estes afloraram e devido à acção de agentes erosivos (que erodiram as rochas adjacentes), tornaram-se visíveis. 

     Mas há ainda que explicar o porquê destes estratos se apresentarem relativamente inclinados, e isto pode ser justificado pelo aparecimento de intrusões magmáticas (Loures encontra-se muito próximo do complexo vulcânico de Lisboa), que dobraram os estratos adjacentes até ao ponto em que se encontram hoje em dia.