Campos de Lapiás
Campo de Lapiás referente à Boca do Inferno
O acidente mais espectacular é o do campo de lapiás – modelado cársico que forma a porção externa do relevo cársico. Estas rochas sedimentares, formadas predominantemente por carbonato de cálcio, são solúveis em água contendo dióxido de carbono, como é o caso das chuvas ácidas. Devido à existência de fracturas e fendas, a infiltração da água é facilitada. Estas aberturas alargam por dissolução – processo de carsificação. A carsificação não se processa de uma forma homogénea: determinadas áreas são facilmente erodidas, enquanto outras oferecem maior resistência, permanecendo como formas residuais isoladas ou em grupo – o chamado campo de lapiás. Solo, vegetação e minerais podem preencher os espaços vazios entre as rochas.
Neste local são também visíveis:
- Níveis de antigas praias levantadas, incluindo restos de rochas que sofreram meteorização física, testemunhos de níveis do mar mais elevados;
- Alguns filões eruptivos que atravessam os calcários e de que hoje só resta a fenda onde estavam instalados antes de serem destruídos pelos agentes erosivos. O chamado “matacães” é o exemplo mais notável.
- Terra-rossa, produto final da carbonatação (meteorização química), é um sedimento argiloso vermelho que preenche as cavidades cársicas;
Figura 3 - Campos de lapiás encontrados na Boca do Inferno.