Introdução

 

    O maciço de Sintra é um dos aspectos geológicos mais importantes da península de Lisboa.

    Prolonga-se de Este para Oeste, terminando nas arribas vivas (em constante erosão) do Cabo da Roca.

    Este maciço é constituído por gabros, sienitos, microsienitos, traquitos e traquiandesitos e essencialmente por granitos.

    Encontra-se densamente intersectado por filões de naturesa diversa.

    As rochas encontradas na região de Sintra reflectem duas fases importantes e distintas da História Geológica da região.

    Por um lado, testemunham vários episódios sedimentares em que se formaram espessos depósitos calcários, muitas vezes intercalados com níveis margosos ou até areníticos (Jurássico – Cretácico, entre 160 a 90 Ma atrás).

    Por outro lado, são evidência dos fenómenos magmáticos e vulcânicos que se deram na região por volta dos 100 e 70-80 Ma e que levaram à formação de Filões basálticos ainda hoje observáveis na região de Mafra, e à instalação do Maciço Eruptivo de Sintra, que se encaixou entre formações do Jurássico Superior.

    As rochas mais antigas expostas nesta região datam de há cerca de 160 milhões de anos , do Jurássico Superior e depositaram-se em ambiente marinho relativamente profundo, longe da influência dos materiais trazidos do continente emerso. No entanto, até ao início do Cretácico, a profundidade foi diminuindo progressivamente e o ambiente de deposição passou, sucessivamente, a marinho menos profundo, recifal, laguno-marinho, fluvial e lacustre.

    Nesta região, pode, então, falar-se em duas fases geológicas distintas - um conjunto de episódios sedimentares (Jurássico-Cretácico) e uma fase magmática (instalação do Maciço Eruptivo de Sintra) que modificou o registo sedimentar existente.