Regressões e Transgressões marinhas

A maioria dos depósitos litoclásticos observados em plataformas continentais em todo o mundo é decorrente das mudanças do nível de mar relativo, que causaram a migração da linha de costa e a exposição ou afogamento da plataforma continental, respectivamente durante os eventos regressivos e transgressivos que se sucederam ao episódio de sedimentação. A estes eventos associam-se os processos de retrabalhamento, acumulação, dispersão e selecção granulométrica dos sedimentos.

Em associação com os eventos de subida e descida do nível do mar, são reconhecidos, na planície costeira, dois principais arranjos estratigráficos, que correspondem respectivamente às sequências marinhas transgressivas e regressivas. Nas primeiras, a linha de costa é demarcada por cordões arenosos litorâneos (barriers) e/ou ilhas barreiras (barrier islands) que, durante o curso transgressivo, migram em direcção ao continente, superpondo-se aos sistemas lagunares e estuarinos (Fig. 1). As sequências regressivas associam-se a linhas de costa progressivas, onde ocorrem sistemas, ou planícies de cristas de praia que avançam em direcção ao oceano.

• Uma regressão marinha é o recuo do mar em relação aos continentes e a diminuição do nível médio das águas do mar. Pode ocorrer numa glaciação ou através de uma elevação dos terrenos (variados factores como: tectónica de placas e emissão de magma por um vulcão ou rifte).

• Uma transgressão marinha é o avanço do mar sobre os continentes e a elevação do nível médio das águas do mar. Pode ocorrer devido ao abatimento de algumas regiões ou o derretimento das calotes polares.

Quando ocorrerem transgressões marinhas temos uma invasão do continente por parte dos oceano, essas terras, continentais, são mais altas que o fundo dos oceanos e, por isso, mais expostas a uma possível regressão dos oceanos. Ao longo da história da terra esta situação tem ocorrido e é por essa razão que encontramos muitos fósseis de seres marinhos em terra. Mais especificamente, na nossa visita de estudo, foi graças à última regressão marinha que ocorreu na região, que pudemos observar fósseis de orbitolinas, que na altura de fossilização, se encontravam no fundo do oceano.